quarta-feira, fevereiro 02, 2005
Sobre o "Clichê de Verão"
Da outra vez isso deu um baita pepino. Fui chamada de mal amada pelos seus amantes, desajustada, desanimada, destratada, desumana, desalmada, psicografada, rejeitada e chicoteada. Fui jogada nas sarjetas da misericórdia, desiludida da vida e resignada do pobre destino que têm os bocudos.
Ok. Tudo de novo, babe.
Atendendo a pedidos e respeitando a democracia (minha caixa postal já os espera):
A minha crítica
Dizem que o tato é um dos mais sinceros sentidos que têm os humanos. Queira o Olimpo que os que dizem não digam mais. De fato, o papel é ruim, a colagem engoliu umas letras e a tão pequena orelha perdeu a função. Mais vale o caro sorrateiro do que o barato quixoteiro.
A gramática ainda é pouca. Sobram-lhe idéias de jargões, inovações, reformações, reestruturações, remontagens e salto-alto. Por mais informal, infantil ou moderno que seja a obra, é preciso que se use a língua portuguesa de maneira correta, sem abreviações, sem contrações e adaptações pedintes da boa vontade do leitor.
São incontáveis as referências musicais; tão incontáveis, que por poucas páginas não são cansativas. Também se sabe que é vão o ensaio de formar a parte psicológica de uma personagem pelo que ele lê, e isso, aliás, é um artifício apelativo, redundante e infelizmente muito presente na narrativa.
Ainda sobre as personagens, é certeira e dolorida a comprovação de que o autor ainda não se desprendeu ao montá-las. Uma tênue linha separa a mentalidade, os sonhos, as ambições e as fraquezas de todas as suas criações conhecidas e publicadas. Todas têm Nick Hornby e Randall de maneira excessiva e recalcada em suas vivências.
Numa deliciosa juventude fictícia e identificadora a todos nós, mortais caprichados de tédio, o livro escorre pelos dedos por ter a suavidade necessária ao adolescente curioso de sexo, de beijo na boca, de rock’n roll, de sentimentalismos, enfim, de tudo o que inclui e discrimina esse ramo frutífero e inovador da Literatura Brasileira: o POP.
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