Palmeirense é assassinado a tiro em briga de torcidas em SPNo dia vinte e três próximo você vai optar se toda a população brasileira deve ou não ter a liberdade de comprar a própria arma. Eu não sou nenhuma pacifista, não sou nenhuma politizada e sabe deus o que eu entendo de armamento. Não sei como a coisa toda funciona na Holanda, na Suíça e tampouco na Cuba, no entanto, entre estas linhas e entre nós, deve caber a minha opinião.
Dentro de um sentimentalismo brega ou melancólico, eu vou apelar e tentar persuadir você, babe, a olhar as coisas do meu modo.
A população brasileira, antes de uma arma, precisa da sensibilidade pautada de respeito e consideração egoísta. É preciso pensar que todos têm tudo a perder, caso contrário qualquer impasse será o motivo único de se jogar duas ou mais vidas fora. Esqueça a conscientização, ela só existe se sustentada por valores implantados na própria educação. Ninguém se conscientiza sem consciência, honey. É preciso distingüir o bem e o mal às nossas crianças e não simplesmente falar que queremos "educação".
Nenhuma pessoa desprendida do próprio orgulho tem a mínima condição de utilizar uma arma, caso contrário seria mais justo que a constituição importasse o "olho por olho, dente por dente" e aprendesse a avaliar e não condenar qualquer assassinato. O que seria mais grave ainda.
Uma arma trará apenas uma sensação de capacidade e de segurança, pois uma pessoa que não sabe como manejá-la só pode causar maiores problemas tendo uma ao seu alcance.
É preciso impregnar, recalcar e fomentar a idéia de buscar o equilíbrio e o humanismo em toda situação referente ao futuro desta nação. As crianças não precisam aprender sobre uma arma, precisam aprender sobre a ignorância que relaciona de maneira íntima e falida, a solução de problemas com qualquer tipo de violência.
Não nos interessa a relação da europa com o armamento. Não nos interessa os resultados obtidos pelos Estados Unidos com a legalização desta hipocrisia. Nos interessa, ou pelo menos deveria nos interessar, quais seriam as consequências aqui, num país que existem pessoas analfabetas, influenciáveis e passivas de uma desigualdade social quase inventada.
Inocentemente alguns argumentam a urgência das armas na parte rural do país. Precisam se defender de grileiros e sem-terras. Se grileiros e sem-terras não tivessem armas ou não tivessem de quem roubar armas, babe, isso seria metade da solução do teu problema.
Muito me assusta, ainda, a maneira com que não se perguntou, toda a gente, do porquê desta votação. Temos enfim, um governo democrático?
Coisa nenhuma. Ninguém me perguntou se eu queria que fulano tivesse aumento salarial. Se devo optar no lucro das fábricas de armamento, devo julgar o lucro das empresas governamentais.
São os impostos, minha criança, são só os impostos.Vota sim, honey. Preza pelo futuro do teu filho que cedo ou tarde vai te pedir uma bala e cair na irracionalidade de desaprender a dialogar.