Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

terça-feira, outubro 12, 2004

Isso aí que você vai ler é um trecho, não sei se começo, não sei se final, de uma idéia que eu tenho embutida em mim. Vez e outra a coisa ruim entra no meu corpo e eu pago uma de Xavier com esse livro que não sai.
Então tá aí.


-É como se tudo parasse.
Morrer não deve ser tão dolorido.
É só a translocação de um corpo que sempre foi defunto.
A sua única preparação de gente é para ser defunto pronto, e quando pronto, você morre.
Morrer não deve ser tão dolorido.
Deve ser como se fosse chegada a hora em que o céu vira um plano e a Terra uma bolha.
Se morrer machucasse e se A Gente realmente voltasse, alguém já teria mandado parar com essa palhaçada toda de levar uns setenta anos para aprender a dormir num féretro.
Pára com esse monte de besteira.
Se você gosta de ser vivo certamente tem medo de ser morto.
Pára com essa tolice.
Deixa de criar seus descendentes crendo que a morte é o fim da vida ou a vida o começo do final da morte.
Você tem mania de se cobrar explicações para tentar ser pensante, besta.
A sua vida é só uma fase pequenina e insignificante se for ver bem.
Se dolorido fosse e se o seu deus é bonzinho como o meu, o gato da vizinha não teria as sete vidas ou eu mesmo seria o ser mais vivo, já que Diabo.
Morrer não deve ser tão dolorido.
E nem precisa morrer para ser morto, veja bem, porque se você não tiver fase de morto, e se morto é o que dizem antagonismo da vida sua, vivo é uma coisa que absolutamente você não é.
É alguma coisa que oscila entre os dois estados taxados naturais e possíveis ao bicho homem, homem. Coisas como morto-vivo se gostar e tenebroso.
Tenebre a ti mesmo, coroa, realmente você não sabe nem de ti mesmo.

E a fumaça.
Uma fumaça moveu uma nuvem pequenina que vagava num céu azulado e ela sumiu, apagou e levou-o consigo.
Num céu divino, uma nuvenzinha inocente que transporta o Diabo.