Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quinta-feira, setembro 30, 2004


Pra quem é brasileiro. E não desiste (quase) nunca.

São só mais poucos e você certamente estará opinando sobre seu futuro representante no governo.
Sinceramente, eu não sei quem será o meu alvo. Não sei se vou pela ideologia romântica ou pela ideologia antiga. Creio eu, que venho escolhendo por exclusão. O que é triste, para não se tornar mais irônico.
Mas o que mais me anseia é a eleição da capital.
Brota em mim uma sensação de alívio, ainda que não tenha vivenciado, assistido ou denunciado um autoritarismo escancarado e mesclado de hipocrisia, por saber que o governo de uma das piores indicações ou escolhas do povo brasileiro termina sua era com um final encoberto de sátiras e descrenças.
É senhor P.S. Maluf, as arquiteturas de grandeza grega e preço turco não são mais aceitáveis. Se Deus quiser e a direita extremista encolher, morre um dos maiores corruptos que me envergonha por ter a mesma nacionalidade.
Sobram Serra e Marta. Ele com um histórico político pintado de centralismo e de direita. Muitas vezes mostra-se neutro, muitas vezes mostra-se calado. Mas fato é, que caminha lado a lado com o ex-presidente, FHC, dono de uma valorização artificial da moeda, de um neoliberalismo carregado de burguesia, de privatizações estúpidas e de autoria da maior taxa de desemprego da história brasileira.
E ela. Ela que há alguns anos integrava um partido que idealizava os sonhos de uma maioria; de um partido que visava um governo crítico, coerente e absolutamente brasileiro. Um partido que era considerado revolucionário e de esquerda, hoje é tomado como centro-esquerda e aposto todas as minhas fichas que em poucos anos, em nada será diferente de um PSDB ou PMDB.
E aglutinações.
Aglutinações que me entope as veias ainda quentes de uma juventude sonhadora quase que extinta.
Aglutinações que vêm obrigando conformidade quando ainda me sobra energia para discordar da minha fartura.
Somando cá e acolá, o que eu vejo de maneira leiga, ignorante, e absolutamente decepcionada, é que tem-se vagas para ideologias tradicionais no Brasil.
Vagas para a extrema direita. Para o autoritarismo, para os amantes das obras, dos fascínios e das maravilhas que a jardinagem faz. Certamente depois desse turno, a cadeira de governante à moda militar e malufista estará vazia.
Vagas também para uma saudosa esquerda que ainda tenha sangue guevarista, marxista ou solidário, de maneira coerente, racional e preparada (o que não acontece com o partido que a mídia diria substituir o PT: PSTU).
E vamos levando. Vamos rindo e gargalhando dos que juram devolver o dinheiro de multas e dos que falam em superávit primário.
...porque se a esperança é a última que morre, dia a mais e o brasileiro há de criar uma estatal bruta para exportar cemitérios.