quinta-feira, setembro 23, 2004
For- mula [é assim que se faz dinheiro.
Tá certo.
Sim, eu vi "Fahrenheit 9/11"
Adiei ao máximo o texto, na desculpa de que para criticar um filme é preciso vê-lo duas vezes e de preferência desacompanhado, talvez para citar o mosquito que aparece na testa do fulano que ninguém notou, causando surpresas como: "nossa, ela entende de cinema."
Vi o filme uma só vez e certamente não pretendo revê-lo.
Não é nada mais que um aglomerado de infelicidades cometidas e ditas pelo Bushit.
Só que foram empacotadas, deglutidas e reformuladas por um diretor que há tempo tenta ser polêmico, portanto, o filme não teria como fracassar, justamente porque é esse tipo de conteúdo que divide as pessoas em "cult" ou "nerd".
É um filme chato, por ser demasiadamente longo, cansativo e de fotografia bem feia. Mostra opiniões covardes, atitudes covardes e idéias covardes de um presidente covarde.
Não deve ser tão difícil criticar um mocinho que chegou a conversar com frangos durante a campanha eleitoral.
Uh!
No entanto, a ironia recalcada de Moore pôde causar um humor interessante sobre um modo texano de viver.
Curioso também é a aparição da loiríssima, bronzeadíssima, gostosíssima, super mega bigger star: Britney Spears e seu Trident.
-Você confia no presidente?
-Aham.
Que fofura.
Se você sair da sala de cinema boquiaberto, assustado, amedrontado de um foco terrorista no Vale do Paraíba ou numa porção oriental da Amazônia... Bu! Cuida-te para não cair do conto de ver o documentário do Pelé e chorar de tanto orgulho, ou reza para ninguém nunca pensar em gravar a inteligência de Roberto Marinho e você cair em prantos de vergonha.
Ah sim, nós também temos a família Shitpor aqui.
Moore ousou na linguagem e até na sequência das cenas. Talvez tenha absorvido uma veia brasileira nos cortes ou uma iraquiana na aspereza, o que para americanos, europeus e Rede Grobo é tomado como distorção e absurdo.
Não precisa muito para ser impaciente durante a sessão, uma visita ao site da BBC ou descendentes justifica o "chover no molhado" que os cults "argumentam".
O que me preocupa é o quanto precisa da veja, da Folha e do Jornal Nacional, para soltar uns "oh!" a cada dez minutos de poltrona e pipoca.
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