Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

terça-feira, junho 08, 2004

Nova-mente (parte II)

Ao ser sincerto contigo, leitor, é preciso esclarecer que a quantidade de anos que carrego é responsável pela minha escassa capacidade de guardar coisas na cachola, portanto, não leia o tanto que escrevi, abandona-me agora. Sou completamente capaz de compreender os imcompreensíveis e suas impaciências. Hei de ser demasiadamente longo ao responder à sua pergunta, aviso antes.
Voltemos.
Ouvi dizer que ele fora feito para sempre ser azul, verde ou transparente, mas puro. Quase tão puro que a maldade jamais seria conhecida, se assim o fosse.
No entanto, o que presenciei é mesmo o que já fora dito: ele se tornara túmulo, turvo e quase podre.
Alguns dizem que eles mesmo se mataram, ou ele mesmo se matou, outros dizem que ele apenas envelheceu e que eles apenas cresceram. Não sei. Não sei, mas gosto da primeira hipótese, é tão menos pessimista e confortável, embora nada tenha a ver com a minha origem. Apenas com a tua, já que é tua a fatal questão.
A coisa certeira que sei é que da aorta, surgiram uns ramozinhos, uns braçosinhos, uns capilares, se muitos.
Mas túmulo. E do túmulo outro túmulo se a minha sabedoria me permite e lhe convence. Irreversível a maneira fúnebre da nascência.
Pouco sei se o túmulo conseguiu piorar da época do Paraíso até o dia da minha velhice, creio ser difícil, mas na verdade, pouco me lembro.