Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quarta-feira, março 31, 2004

...Porque ainda mora aqui a mesma vontade -ainda que esteja se escondendo e se auto-destruindo, de falar sozinha para ninguém ouvir e de levar a minha literatura do nada a lugar nenhum.
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E são tantas coisas.
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Imagina a sua menina com um braço -o direito- imobilizado até o ombro, lutanto com as teclas de um teclado bambo, de um teclado desacostumado, empoeirado e esquecido. Assim estou.
A começar, poupa seu tempo corrigindo as minhas letras engolidas.
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Boníssima tarde minha pessoinha, minha alma penada que vez e outra me escreve.
Continua bem vinda.
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Vamos ao que interessa:
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Salva o 64

Quarenta anos e um próspero amadurecimento.
Uma geração jogada fora, uma outra endurecida, uma juventude rebelde, outra de garra e nós, os informados mal formados.
Por ser hoje, e só hoje estudei um pouquinho mais da história desse país que tantas vezes se fez promissor e tantas outras se mostrou frustrado. Hoje, porque eu queria saber mais disso que uns chamam golpe, outros gritam violência e alguns escondem com vergonha: A nossa ditadura.
Tão intenso fora o sofrimento dos nossos merecedores de glória que chega a ser impossível não nos sensibilizarmos; tão injusta fora a situação em qual viveram que nos parece insuportável se comparada a essa nossa nova -livre, livre, livre, livre, livre.
E parece-me que fora mais ou menos isto que acontecera: era uma vez, uma sociedade lutadora, uma população que buscava a igualdade, a democracia, a paz, o humanismo, e a justiça. Era uma vez um governo representante desses heróis; era uma vez um governo contra os heróis. O tempo passara até os nossos chapéuzinhos vermelhos conseguirem subir ao poder, mas de repente, como se aquilo fosse o mais inesperado dos acontecimentos, os maus tomaram o poder e governaram como tirania por vinte e um anos (acho eu). Quando, em 1985 foram derrubados pelo espírito que renascia nos mocinhos através das Diretas Já?! , eles acabaram; morreram, e hoje se comemora isso.
Chega a parecer irônico, para não ser fatal. Duas décadas para uns mais uns e uns sairem gritando pelas ruas; quase os mesmos que eram da esquerda somados a uns poucos que eram da direita reivindicando o quê?? Eleições? Justiça?
Assim se foi.
E em 1989 colocam ingenuamente um ser nascido no ninho dos malvados para ver se poderia fazer alguma coisa diferente, e surpreendentemente se arrependeram.
Mais tarde sonharam com qualquer um. E certamente venceria o de poder persuasivo pois o povo já era desacreditado da própria burrice.
O país cresceu e facilmente se elegeria um neutro, um bom representante da utópica Superpotência. Sensivel e categoricamente esse engravatado culto afundaria em oito anos uma economia que já era promissora à época.
O sucessor, claro, havia de ser aquele que soubesse dialogar e demonstrar com elegância seus planos de mudanças. Assim se faz a história, unindo pontos extremos e ligando-os para ver se o resultado é moderno Alto e Baixo.
Que Deus seja eternamente brasileiro...
Pinta sua cara de vermelho ou esconde sua estrelinha. Salva o 64 ou o condena para sempre, tanto faz honey.
Eu prefiro acreditar que ele não passou de um fato histórico dedicado a uma população que não estava e nunca estará preparada para viver de forma igualitária, porque ainda há os que crêem que possamos comer criancinhas ou andar eternamente de carroças.