Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

...Porque existem textos que relutam em não serem acabados...

Idem

"Ela não vem"
Foi assim que ele virou às costas e saiu caminhando em linha reta, naquela rua remendada, no mesmo dia chuvoso de duas semanas.
Há duas horas esperávamos e absolutamente decepcionado, meu garoto entregou-se ao desânimo e permitiu que a última de suas virtudes lhe fizesse companhia à despedida, e assim, ele e Esperança não se viraram para mim e mantiveram, até onde puderam ser vistos, as cabeças e os olhos cravados numa mesma métrica.
Permaneci soldado ao asfalto e somente quando minhas pernas formigavam é que eu me permiti um descanso e um carinho interessante de uma sarjeta cheirando a urina e desgastada pelo tempo.
"Ela não vem", eis a única coisa que permeava minha mente e esporadicamente fincava garras e tentava me persuadir.
[Vá com ele. Ela; ela não vem
A chuva era fina e fria, meus dedos viam-se enrugados e minhas calças xadrez escorriam. O pacote que era seguro em minha mão, já se via como arriscado e meu garoto, mais uma vez mostrava-se forte: Ele não vem.