segunda-feira, junho 28, 2004
Meu todo eu
É que parece que não somos mais as mesmas.
É que parece que alguma coisa nos dividiu
[ao meio
Alguma coisa que rompeu uma ligação carnal, mas fez uma junção tão maior e tão mais concreta que eu já posso chamar de vida.
Ah sim, é ela a vida minha.
Ela porque se hoje olho para trás com algum orgulho de mim, é porque era ela quem esteva por trás.
Ela porque se erro é a única a me dar a mão,
se choro é a única que me faz sorrir com vontade,
e se rio de engano, é capaz de me arrancar lágrimas de uma consciência pouco crescida.
Ela que me faz ser gente quando eu penso em ser só humano.
E tudo é só porque ela é o meu motivo de vida,
meu desejo de crescimento e a minha amplitude de mundo,
a minha força e a minha garra,
o meu viver,
o meu amor.
E se o amor pudesse ser definido seria aqui descrito e resumido,
e se ele pudesse ser contado, seria aqui escondido, cochichado, anunciado,
mas cá, ele só é vivido.
Vivido como um broto, forte como um tronco amadurecido, e doce como um fruto bem passado.
Costumam dizer que somos parecidas, irmãs, amigas e conhecidas. Bem na verdade, a definição do que somos que guardo numa caixinha trancada, enterrada suja e funda dentro de mim mesma, é que somos dependentes; porque se um dia fui eu o seu motivo de luta, é ela hoje e sempre, o meu orgulho de vitória.
Meu anjinho, meu protetor, meu guia.
Se sou parte tua mamãe, você é todo o meu eu.
A sua grandiosidade e a sua luz é seguida por mim até o meu último suspiro, e até lá, que possa caber nesse meu corpo pequenino, ao menos uma metade do que um dia foi você.
Feliz aniversário, feliz hoje e sempre.
Que o papai do céu continue te olhando com olhos especiais.
Amo-te mais do que posso, mais do que sei, e menos do que irei.
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