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sábado, junho 19, 2004 Rascunho de nós dois
Que saia dela, e que bem cedo chegue a ti. Que vá como desejo e que seja tão maior que um fruto bem formado. Se o tempo lhe for redentor, que seja então o princípio fundamental do seu maior erro e da sua maior melhoridade. Que seja tão duro e longo como uma busca insasiável, mas que haja fôlego e disposição para o encontro saudável de dois projetos perdidos, sem rumo, e não vãos. Que se o voar for preciso, que seja eterno o poder vosso de viver em círculos sem dor, sem peso, sem evolução, mas com um sorriso estampado nos olhos que não mais pedem piedade, apenas vivem do perdão. O ar há de carregar o teu sustento e o coração há de bombear o teu conforto, ainda que aos noventa, a sua vida seja resumida a pó, o seu ideal à loucura e suas experiências à uma mera página de um livro rejeitado, numa prateleira despencada, na companhia de promoções, num paraíso longínquo que chamaram Sebo. Mesmo ainda que outrora renasça em ti o pensamento que paire o desespero, ou quase sempre seja alimentada a utópica necessidade da desilusão, que guarde em você, um anjinho gorducho encaracolado, a ânsia nojenta e precisa de cada dia ser único e fundamental. Que você tenha pontuações, seja exclamativo, interrogação, virgulativo e guarde entre as mangas de dois colchetes velhos, um ponto e uma vírgula amantes, que lhe permita o raciocício claro de uma resposta imparcial. Que haja em ti, a única esperança de ser última a habilidade do ponto final. Beija a boca minha. Olha-me nos olhos, respira. Vomita palavras e morra de elogios calados e reprimidos. Queima-me, cala-te, desvia-me do lixo. Joga-me do inferno ou busca-me para sempre, como uma memória confortante e ilusória, como um protótipo, como um desenho, como um projeto, como um rascunho. Rascunho teu. E dessa toda tola felicidade. |