Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

domingo, dezembro 29, 2002

Além do Além das portas


Porque ser POP é ser legal e demasiadamente importante a uns. Mas repugnante a outros, eu. Detestável seria a obra se não salva pelos insights geniais do autor.
Carregada de clichês, com escorregões grotescos em pensamentos mal formulados e extremamente repetitiva se apresenta a realização de um nome promissor nesse mundo literário.
Um romance delicioso e apetitoso, repleto de modernidade e criancisse, definitivamente me cativou. Talvez fora a grande capacidade descritiva que trouxera a mim uma plena realidade dos fatos fictícios, ou, talvez, o fato de ser mais um romance romântico que escorre ilusões saborosas, é que tenha me proporcionado momentos divertidos.
Desenvolve-se uma idéia básica de um personagem de vida estabilizada na advocácia, que resolve jogar tudo para o alto em nome do capricho de ser professor de redação. Como não poderia faltar, sexo e rock 'n roll embriagando-te e mostrando uma tênue linha de insegurança e necessidade de ousar para prender o leitor, excessivos usos, creio eu.
Nota-se idolatrias do autor sendo impregnadas em seus personagens magníficos que, em muitas vezes causou-me uma certa decepção, além do abuso discarado aos empréstimos textos dos geniais, tais como: Renato Russo e Fernando Pessoa.
Agradável leitura até o epílogo, parte esta que faz-lhe terminar a última linha com uma dorzinha no coração por acreditar num final melhor à uma desenvoltura mais decidida a partir de meados da conclusão.
Longe de ser uma obra ruim ou excelente, tiro o chapéu com orgulho a um conteúdo mediano de muitíssimo bom gosto de um amigo exorbitantemente bom naquilo que gosta.




(Randall Neto, Além das Portas)