Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quarta-feira, dezembro 25, 2002

Sei lá o que se passa por aqui.
'cabou. Só sei isso: Acabou o Natal, todos eles. Foi-se a ceia, foi-se a bebedeira, foi-se o almoço, foi-se a cantoria agradável dos vizinhos embriagados, foi-se.
Quando era pequenina as coisas nessa data eram demasiadamente lindas e iluminadas e desejadas. Eu acreditava no velhinho gorducho, gostava dos doces lindos, da árvore colorida e de todo aquele négócio de amigo secreto.
E eu estou ironicamente feliz pintando cartões que eu mesma fiz a ninguém. Esperando o caduca descer pela minha chaminé com aquele saco cheio de coisas gostosas, açucaradas e infantis depois ter passado por todas aquelas casinhas, estou esperando o carinho choramingado depois de tantos votos de felicidades, estou esperando o ar da graça do menino Jesus. Estou mesmo acreditando que o Natal não foi, ainda será, e será lindo e familiar como todos os anos. Eu estou...ironicamente.
E pendurada na internet para não fugir da rotina viciada de não ter nada melhor a fazer.
Eu não tive a árvore iluminada, não tive canções da Simone, não tive meia-noite esperada, não tive presentes, não tive abraço apertado, não tive crianças...
A rotina que perde a graça, meu desesperado Natal enjoado de não ter motivo.
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E chega dele. Acabou o dia vinte e cindo, todos dormem para fazer a digestão.