Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

terça-feira, junho 10, 2003

Brincar de casinha ou ter a própria casinha?

Até onde a evolução de corpos e de estetas modificou a cabeça infanto juvenil das meninas que aspiram a maioridade?
É considerável e aceitável que a mídia faça escorrer modismos e ideais obrigando-nos a absorvê-los e vivenciá-los, mas o fato de termos um novo cariótipo não deve influenciar nos nossos genes, portanto, não acelera ou retarda um "amadurecimento" ou uma sólida formação de personalidade.
Meninas de doze anos, queiram ou não, ainda são aquelas de pensamentos anódinos fundamentados num escasso conhecimento de vida e do que são diante dela, ainda reservam um esapaço ao sonho e à fantasia demasiado, e pouco apreendem dos problemas ou resistências de um cotidiano adulto.
No entanto, as mesmas insistem em sustentar uma imagem que, misto de mulher e criança, exala sensualidade para se posicionarem diante um mundo impregnado de machismos, ainda que subentendidos, onde a mulher nada mais é que busto, quadris e fartas coxas, por mais espaço que esta obtenha. E são esses os fatores que têm um produto polêmico à legislação brasileira, a qual deixa explícita a reprovação àqueles que mantêm ou pensam em manter uma relação sexual com uma garota com menos de quatorze anos (a chamada violência presumida).
Ao contrário disso tem-se países, como a Índia, em que sua cultura impõe um precoce casamento e a geração de filhos saudáveis às suas meninas, ainda que estejam na puberdade e mostrem-se despreparadas para tal.
Tem-se diferenças gritantes entre seres tão semelhantes.
O fato de uma pessoa com poucos anos vividos ser ou não adulta, foi um assunto noticiado em 1996, quando um jovem de 24 anos manteve relações sexuais com uma menina de 12 anos, e por isso, acusado e condenado por estupro. O jovem pôde responder ao processo em liberdade, graças à sua defesa baseada no acesso de informações disponíveis às antigas crianças, sem constrangimento ou proibições e quão isso pode torná-las responsáveis.
As meninas de hoje estão mais próximas de Marcela a Senhora, personagens de Machado de Assis e José de Alencar, respectivamente, mas carregarão eternamente a confusão de identidades por pura imaturidade de uma pequena Sônia - personagem de Nelson Rodrigues.