Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

sábado, maio 24, 2003

Mulheres de Atenas


E eu não sou mais uma daquelas frustradas feministas.
Não.
Nenhuma daquelas que cospem no chão e se perguntam porque mulher deve usar salto agulha tamanho doze.
Nenhuma das que acha sutiã com água e óleo uma coisa ofensiva e tão pouco uma das que não se permitem amar, entretanto, uma frase me assustou e ao invés de me pacificar e me fazer pensar em coisas boas, me trouxe um sentimento pequenino de desgosto e desapreço.
Essa frase veio da Bíblia.
Não cabe nessa cabecinha minha, como Deus pôde criar um ser para trabalhar e outro para gerar filhos.
Não cabe na minha limitada capacidade de compreensão essa desigualdade subentendida.
Não cabe essa imposição estúpida e incoerente da religião de fazer da mulher um ser necessariamente casto e do homem um outro experiente.
Não soa com coerência a idéia da mulher viver entre palavras de consentimento.

"... esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor."
1 Pedro 3:7; Colossenses 3:18


Perdoa, mas é impossível concluir teorias sem a junção infantil do meu cotidiano,
impossível sugar disso um aprendizado e uma aspiração,
impossível anular meus planos e interná-los numa capela,
impossível ceder minha ânsia de saber e trocá-la pela mesma ao coser,
impossível permitir esse indivíduos que por diferenças físicas sejam capazes de calarem-me,
impossível aceitar que se condene anticoncepcionais e se admitam um estupro de casamento,
impossível viver para servir se servida eu não for,
impossível observar e de porquês viver sem,
impossível balbuciar oncordância,
ou vomitar desses lábios malcriados e grosseiros,
essa almejada palavra "amém".

Amem.


and it's over.