Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quinta-feira, dezembro 05, 2002

As mentiras que eu criei
para eu mesma acreditar


É sim. É mais fácil quando tudo está redondinho.
Quando não teve sangue, lágrimas nem suor.
Quando tem páginas e linhas e idéias e supiros e você aqui, perfeito, perfeito, perfeitinho.
E eu inventei.
Eu te inventei e você me inventou.
Nos descobrimos e rasgamos todas aquelas histórias em quadrinhos só para não ter um final feliz.
Você foi lá, embora, com coisas mal resolvidas, com noites inacabadas, com caprichos meus, sonhos meus, e prometeu voltar. Meu doce menino, você prometeu voltar. Mentiroso, mentiroso, filho da puta, você me largou aqui, a Deus dará.
E eu te amei. Não te amo mais, mas eu te amei.
É sempre assim quando se vê indo embora aquela pessoínha que você mandou ir, querendo que ela ficasse.
Você não ficou. Foi porque eu pedi.
E troquei.
Troquei a casa, limpei a casa.
Não dei espaço para me arrepender.
E não vou acreditar mais em nenhuma palavra vinda dessa sua boca plural, antga, conhecida e em promoção. Quero uma só para mim, tenho dúvidas se fora minha e de mais trinta outras distantes.
De novo.
De novo sua imbecil, de novo!
A idéia escorreu, está estúpida e grossa, saindo por aquele buraquinho que você deixou.
Deixa ir. Ela vai tapar a única entrada e você não vai mais voltar.