Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quinta-feira, março 27, 2003

Resquícios de um funil

A Amazônia. Eles querem internacionalizar a Amazônia.
Querem fazer desta, um patrimônio mundial.
E eu discordo.
O mundo todo tem o ímpeto de conhecer essa diversidade estrondorosa que nos cercam, a Amazônia.
A Amazônia que por muitas vezes foi ameaçada, e que por pouco não é tomada e sugada pelos grandes. A Amazônia desconhecida e capacitada. A Amazônia ignorante e descuidada, segundo os estúpidos interessados em tê-la.
Fala-se muito nessa interrogação dona de mais da metade dos ecossistemas do mundo. Fala-se muito na evolução que ela nos traria, ao passo que deixam de lado qualquer recurso favorecedor dos dependentes.
O petróleo. Eu quero internacionalizar o petróleo.
Eles discordam.
Quero internacionalizar a saúde, quero um direito igualitário na educação, quero condições de moradia, quero a nós o hábito de fzer refeições saudáveis, quero uma liberdade cultural e de expressão, quero o segredo das doenças, quero internacionalizar o que é meu, seu e deles, porque somos iguais, absolutamente egoístas e nojentos, mas iguaizinhos, e moramos num labirinto, onde insistimos em fugir uns dos outros, ainda que conhecedores da sua forma redonda e da sua ausência de cantos, fugimos dos predadores seres humanos.
Enquanto isso a Amazônia fica aqui.
Fica aqui até que seja digna de serem divididos os mistérios e as soluções que guarda.
Ela fica aqui, porque é a única coisa que pode ser chamada brasileira, com todo o devido respeito lá fora.
Ela fica até que o mundo seja único, e que eu seja acima de uma brasileira apaixonada, uma coloboradora da espécie humana, e vivente de anos longos e distantes de uma colonização.