Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quarta-feira, março 26, 2003

Mea Culpa

E você vem me falar de justiça.
Você não sabe o que é justiça, babe.
Não sabe o que é nada além dos meus erros, das minhas falhas, mea culpa.
Eu erro, e você sabe melhor que eu onde são os meus pontos fracos.
Posso ser eu a mais dura e exigente das criaturas, mas não me faz perder o controle, não me faz porque perco todo esse pulso deixando-o afundar em lágrimas, esqueçam os argumentos, eu não sei dialogar.
Me joga no esquecimento. Não suporto a idéia de suportar, é o extremo quem me espreme.
E você vem me falar de hipocrisia.
E você me fala de lealdade.
De lealdade e não de hipocrisia.
Escarram em mim, se por uma vez olho nos seus olhos brandos, insanos e dramáticos, e assumo o meu desprazer ao nosso mero convívio. Não gosto de vocês. Não gosto pelo simples fato de serem como somos. E dói.
Culpa minha.
Mea culpa. E só minha.
Eu não sei responder perguntas, não sei perguntar.
Conhece a história da paciência, conhece a história de borbulhar e ferver tudo por dentro, de sentir sede de solução, e ter saciedade entre um choro estúpido e incoerente.
Eu argumento. Eu ponho a prova e assumo a desequilibrada sinceridade que me sopra o ar às narinas. E eu choro. Choro porque mea culpa.
E não gosto de pessoas. Não gosto porque elas são iguais, porque agem numa forma singular e egoísta, porque elas mentem e sabem sustentar, porque precisam o tempo todo de provas e de bons motivos para acreditar. Não gosto delas.
Triste é saber que vamos todos morrer, e eu poder gargalhar.