Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

domingo, novembro 10, 2002

Como vai você? Eu estou aqui, bem obrigada. Família também.
Estou feliz. E com todo direito de sê-la.
Estou alegre. E com todo direito de sê-la.
E bêbada. Com todo direito de sê-la.
E com dor de cabeça. E ânsia. Com todo direito de tê-las.
Vão embora e deixem-me em paz. Levem consigo qualquer pernosticismo próprio e singular. Deixem-me em paz.
Eu não preciso que acreditem em mim. Só que permitam-me viver. Cansei de fingir ser contente com a situação de não ser. Engulam-me. Sim, não aturo-lhes, vocês é que terão de digerir-me.
Vão para lá sozinhos. Ou acompanhados. Por Deus eu não preciso de companhia, e não sou triste por isso. Vocês é que são burros dependentes e hipócritas, eu sou capaz de ser alguém sozinha.

Gosto de pessoas, mas gosto antes de muitas outras coisas e não entendo como é que ninguém compreende isso. Pelos menos livros têm um final diferente de morte e adeus.
Vão pra onde quiserem, convidem-me se gostarem da minha companhia e não se precisarem de convites para entrar.
Vão para onde ela o pariu, não tenho nada contra a sua mãe, é só uma expressão cabível à Língua Portuguesa, sem terem a necessidade de convidar-me ou encomodarem-se com o meu NÃO. Eu realmente não estou nem aí para você. Muito menos para o que você vai comentar sobre a minha pessoa e seria de bom tom que você fosse capaz de agir assim, sim, sim, estou tendo um tom drástico de arrogância e permita-me ter pois você não pode ser hábil em afirmar que não é saudável a idéia de cuidar da sua vida e só.

Eu estou sentindo meus pézinhos saltitantes mesmo com alguns desequilíbrios e torções ou quedas de um salto farto, sinto que eles estão por perto das nuvens.
E um coração cheínho de outros cheínhos de outros e mais o outros aliviados e apaixonados. Deixa-me ser.
Não preciso mostrar quão eu sou, mas posso esquecer. Deixa-me ser.


Deixa-me ser uma pessoa que eu sou, sem encomodar-lhe. Por que eu sou capaz de encomodar-lhe? Canso-me constantemente disso e vez em outra penso em entregar os pontos, mas eu não estou nem nem nem aí pra você.
Lembre-se:
Você é uma cópia.
Você é uma cópia.
Você é uma cópia.
Não vale mais que quinze centavos.

Eu tenho um monte de gente. E gostaria de ser fria e cruel com todas elas quando elas me machucam, mas eu sou uma boba e infantil. Acredito por demais nas segundas chances e sempre acaba sendo tarde demais.

Agora eu estou dançando. Dance. Dance. Dançar não pode ser melhor que um orgasmo, mas pode causar tesão.
Quem dança é mais feliz.

E até eu sou capaz de discutir política com você, ou música se você quiser. E posso discutir autores. Porque faz um bem danado você saber o quanto você é ignorante. Eu sou muito e às vezes em demasia. E às vezes eu minto ser inteligente e me meto a escrever umas coisas difíceis.

E eu dou risada disso tudo.
We've got a secret smile and the unlettereds scarsely understand the pictures, they've not seen us.

Tudo roda. Tudo roda e roda. Sim, porque o mundo é redondo e eu já estive lá embaixo. Eu sei o que é não ser feliz e fingir ser. Sei o que é assumir ser triste, o qual não é fácil mas passa mais rápido. Sei o que é ser feliz e ser. Deixem-me ser.
E eu vou ser agora, para sempre.
Eu não gosto de pentear os cabelos. Penteie-os por mim, os seus. Gostem apenas dos meus cachinhos, de longe.

Com tudo, eu sinto que ainda posso oferecer-lhe um pedaço do meu Troblerone, o meu chocolate preferido e agora mais.
Eu era a mulher mais feliz segurando um Martini, não dancei com o garçom, mas assisti Vanilla Sky.