Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

quinta-feira, novembro 07, 2002

Pessoas irritadinhas e nervosas. Eu não ando escrevendo poesias, é só isso. Güenta aê, já já volto.
Vou explicar: às vezes você acha que precisa escrever. E você senta, pega seu caderno sujo e velho, sua lapiseira mordida e vai lá: ESCREVER. Não dá. Não sai nada. Exatamente nada. Eu volto, jajá.
Não quero escrever coisas meladas, nada tão açucarado e cor-de-rosa, não quero. Você sabe, não gosto tanto assim do Romantismo.
Não quero nada melancólico demais. Não dá. Você sabe.
Me dá um cantinho aí, só um cantinho. Não fumo, não bebo, não faço bagunça e nem rabisco.

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve
Na dor lida se sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só a que ele não tem
E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão
Esse comboio de cordas
Que se chama o coração.
(Meu preferido)


Quando você voltar eu escrevo. Daí consigo. Escrevo coisas finjidas, coisas de mentirinha, escrevo feliz estando bem, bem triste e tudo parece muito, muito sentimental.
Fica aí e devolve a minha, minha cabeça.
E gosto de Clarice Lispector.