Porque é aqui que há de nascer
e gerar frutos a minha e a sua eterna
ignorância. Aqui que há de encontrar a
vitalidade e o sustento máximo para a
sua loucura. Aqui vive, agoniza, mas não
morre o nosso egoísmo e a nossa faceta
que imprime necessidades.
Três vivas e saudações ao seu umbigo.

segunda-feira, setembro 16, 2002

Assassinaram Virgínia Woolf.

Lá fui eu. No meu domingo ansioso para sentar numa poltrona desconfortável e permanecer lá por duas horas sem ter a manha de reclamar um ''ah!'', saindo anestesiada de tantas idéias que superassem um antigo espetáculo.
Bah!
Que sonho.
Que droga de peça. Homens e Mulheres.
Desde o momento que eu sentei naquela maravilha de poltrona do Sesi (isso não é irônico, elas realmente são confortáveis), eu vi uma moça falando um texto decorado há dias, sem fundo psicológico nenhum da personagem, e um homem que é o tempo todo preocupado se a sua gargalhada seria convincente.
Essa peça é baseada em Louco para Amar, de Sam Shepard, e eu infelizmente não a conhecia, não posso abrir a boca.
Mas que faltou teatro alí faltou. Desculpa senhora Unicamp, mas quanto dedo mexicano em palco e quanta falta de texto hein?!
Agora a dor no coração foi a segunda colagem...
Quem tem medo de Virgínia Woolf? Eles deveriam ter.
Esse texto é pra mim um ápice Edward Albee, retratando relacionamentos amorosos com diversas dificuldades, sendo uma delas, um filho, não muito amado.
Agora, o que eu vi ontem?! Uma senhora centrada demasiadamente no seu cigarro, sem equilíbrio nenhum no palco e tropeçando em si, graças à nossa tão temida desconcentração.
Com ressaltos a sua extrema falta de preparação para um personagem tão grande e tão sensual que acabou tornando um acessório vulgar de palco.
E o nosso George?...Talvez esse seja viciado em novelas.
Sinto muito, mas nada foi mais que uma estrondorosa falta de cuidado do diretor.
O senhor moço que representou, (sim, não houve interpretação), foi um personagem destacado, sem relações nenhuma com um palco, um texto e principalmente, com ele.
Salvos pela última música.
E as nossas poltronas confortáveis me traziam lembranças açucaradas de uma cama e um edredom, numa noite tão fria e solitária como a de ontem, sem me deixar em paz a dúvida de o que diabos seriam aquelas colagens.
Façam Shakespeare. Tapas e beijos no teatro não é o que se merece maior aplauso, e às vezes só mesmo um fecha de cortinas.
E quando eu crescer, quero ser como vocês, para poder crescer, e ser como eles.