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sexta-feira, agosto 23, 2002Por que será que as pessoas são iguais, hein?! Caramba, eu queria entender essa coisa louca que chamam de conhecer...
Não dá mais pra conhecer ninguém, o máximo que você pode chegar é num quarto frio, cheínho de suor e de janelas resistentes e embaçadas, se segurando no prazer, retendo seus fluídos. Desconhecidos. Olha eu queria captar essa magia de curiosidade, resgatar esse tesão de gente nova, mas parece que tudo é para viagem, portanto, bem embalado. E tudo muito plastificado. Nem a reciclagem acontece; anda faltando a diferença, a consciência de cada lixo num lugar. Tudo igual. Eu queria viajar no sonho de outra cabeça ou beijar alguém sem batom. Queria ela me sussurrando, me roçando, me rosando, me dando asas, me cutucando. Queria ela me obcecando, me encorajando e me fazendo rir, dessa desgraça tão familiar. Ê liberdade, que prateleira tu estás? Até parece que nada faz valer a construção; você não vale mais de quinze centavos. |